O Conselho Tutelar de Três Lagoas realizou o resgate de pelo menos, 23 crianças que foram encontradas sozinhas e em situação de vulnerabilidade social, neste ano. Algumas ações mobilizaram também equipes da Polícia Militar, profissionais da assistência social e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), após denúncias anônimas recebidas pelo Conselho Tutelar.
“Temos casos que envolvem crianças, com menos de um ano de idade até 11 anos. São pais que saem e deixam os filhos sozinhos, outros que abandonam, muitos deles são usuários de drogas”, pontuou a coordenadora do Conselho Tutelar, Mirian Herrera Hahmed.
Os registros foram feitos entre os meses de janeiro e maio de 2025.
Ela contou que um bebê de seis meses foi encontrado sob os cuidados da irmã adolescente após a mãe das menores sair de casa e deixá-las sozinhas por mais de dois dias. Elas estavam sem a supervisão de um adulto responsável. Por meio de denúncia, a equipe do Conselho foi até o local e as resgatou. Em outra ocorrência, crianças foram encontradas em casas que apresentavam condições insalubres, sem higiene, alimentos inadequados com risco iminente à saúde física e emocional dos menores. A porta de um dos imóveis estava trancada por fora, fator que reforça a gravidade da situação.
“Muitas crianças assustadas e com sinais evidentes de negligência. Nós sempre acionamos o e necessário para garantir o acolhimento e proteção delas”, reforçou a conselheira tutelar.
Além dos dados alarmantes, outro fator que chama a atenção é o aumento de casos de abusos sexuais e estupro de vulnerável. Conforme dados do Conselho Tutelar, 62 ocorrências deste tipo foram registradas nos cinco meses do ano no município. O Conselho Tutelar de Três Lagoas, instituído pela Lei nº 8.069/1990, conta com cinco conselheiros, além de servidores públicos, como motoristas, secretários e outros profissionais. A coordenadora ressalta o trabalho árduo realizado pelo órgão diante da crescente demanda na região. Também observa que o Conselho Tutelar de Três Lagoas tem um trabalho contínuo para garantir o retorno da criança ao ambiente familiar.
O Conselho reforça que está à disposição da população para orientação e atendimento de casos que envolvem crianças e adolescentes em situação de risco. O trabalho é feito por meio de denúncias, anônimas, pelo Disque 100 ou pela rede de Proteção à Criança e ao Adolescente. O telefone de plantão é o (67) 9 9293-1579, funcionando 24 horas por dia.