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MONSTRUOSIDADE

Peão que matou mulher queimada no Pantanal já está no presídio de Corumbá

Justiça decretou a prisão preventiva dele e corpo da vítima foi sepultado nesta segunda-feira, em Campo Grande

Autor confesso do 15º caso de feminicídio em MS neste ano
Autor confesso do 15º caso de feminicídio em MS neste ano – Fotos: Reprodução/Bope-Agepen


Lourenço Xavier, de 54 anos, autor confesso do assassinato da faxineira Eliana Guanes, de 59 anos, foi encaminhado para o presídio masculino de Corumbá (MS), nesta segunda-feira (9). Após prestar depoimento à Polícia Civil nesse domingo (8), o peão ou por audiência de custódia e a Justiça converteu a prisão em flagrante em preventiva.

O delegado plantonista que atendeu ao caso, Jean Jorge Castro, informou que aguarda os laudos da perícia técnica e necroscópico para encaminhar o inquérito à Delegacia da Mulher.

As testemunhas do crime já foram ouvidas e a dinâmica do assassinato foi esclarecida com esses depoimentos e a confissão do peão.

“Ele alegou que existia uma desavença com a vítima, que nada foi premeditado […] Nós estamos classificando pelo feminicídio em razão do menosprezo pela condição de mulher. O autor tinha uma certa raiva, um certo menosprezo pela vítima, tanto que no dia do crime não houve desavença entre eles“, informou o delegado.

Lourenço já tinha agens pela polícia por furto e violência doméstica e foi encaminhado para o Estabelecimento Penal de Corumbá, considerado de média complexidade, onde deve aguardar até o julgamento do caso.

Eliana Guanes – Foto: Redes Sociais

O velório de Eliana Guanes foi realizado nesta segunda, em Campo Grande. O corpo foi enterrado no final da manhã no cemitério do Cruzeiro.

Desavenças e o crime

Lourenço Xavier estava há apenas três meses como peão na fazenda São Paulino, no Pantanal da Nhecolândia. A vítima, Eliana Guanes, já trabalhou anteriormente na propriedade e havia retornado há cerca de um mês, na função de faxineira.

De acordo com o relato de funcionários da fazenda, Lourenço discutia com Eliana desde que ela chegou ao local. A cozinheira da propriedade revelou que o peão costumava assediá-las e, no dia do crime, “ele disse que não aceitava não de mulher nenhuma“.

A colega de trabalho de Eliana também teria sido ameaçada de morte por Lourenço. “Depois que ele jogou a gasolina e ateou fogo nela, ele saiu correndo dizendo que eu ia ser a próxima“, relatou a cozinheira.

A prisão

Após atear fogo em Eliana, por volta das 14h de sexta-feira (6) Lourenço fugiu a pé até uma fazenda vizinha, distante cerca de seis quilômetros do local do crime. Foi lá que ele buscou refúgio e disse que se entregaria à polícia.

Lourenço foi preso em flagrante por volta das 3h da madrugada de sábado por uma equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope/PMMS), que estava em viagem ao Norte do Estado.

Aos policiais militares, o peão disse que “foi uma briga por conta do serviço. […] Que ela relatava ao patrão algumas situações que ocorriam, o que gerou animosidade“, informou o comandante do Bope, major Rafael Custódio Alves.

Por conta da dificuldade de o à região, a viatura do Bope só conseguiu chegar à Corumbá, para entregar o preso à Polícia Civil, quase 24 horas depois do assassinato.

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