O Governo de Mato Grosso do Sul apresentou nesta quarta-feira (4), na Assembleia Legislativa, o novo plano de reestruturação da rede hospitalar pública estadual. A proposta inclui investimentos em infraestrutura, redirecionamento dos fluxos de atendimento e a implantação de uma parceria público-privada (PPP) para o Hospital Regional de Campo Grande.
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões, a iniciativa responde a um diagnóstico de sobrecarga nos grandes centros e fragmentação nos serviços hospitalares especializados.
“Nós temos carência de leitos, principalmente hospitalares de alta complexidade. E ali é que entra, então, a parceria público-privada do hospital. E tudo começou com o plano diretor de regionalização da saúde no Estado. Nós procuramos considerar inúmeros indicadores de cada município e região, para que a gente pudesse acompanhar as mais fortalecidas”, explicou Simões.
A proposta de reestruturação do atendimento hospitalar na saúde pública está alinhada ao planejamento estratégico estadual e à regionalização, baseada nos chamados polos de desenvolvimento. Assim, o governo vincula os maiores investimentos a regiões como Campo Grande, a Costa Leste, Sul do estado e região Pantaneira.
“O projeto foi estudado com muito critério, estamos há dois anos mergulhados com todos os indicadores desse processo para nos dar subsídio, para poder construí-lo“, afirmou o governador Eduardo Riedel.
Macrorregiões
Como parte do projeto de regionalização, as macrorregiões do Cone Sul – Hospital Regional de Dourados -, Costa Leste – Hospital Regional Magid Thomé (Três Lagoas) – e do Pantanal – onde será construído um hospital em Corumbá -, além de Ponta Porã e Campo Grande, também terão serviços e leitos expandidos nos próximos anos, intensificando oferta de cirurgias e exames de média e alta complexidade.
Hospital Regional de Campo Grande
Um dos destaques da reunião entre Executivo e Legislativo foi o anúncio dos detalhes da estruturação de uma PPP para a gestão do Hospital Regional Rosa Pedrossian, na Capital.
A PPP do HRMS, que faz parte do projeto de regionalização da atenção hospitalar no Estado, prevê a expansão da infraestrutura com impacto direto nos indicadores de saúde, principalmente o aumento na produtividade com previsão de crescimento de 96% das internações, que podem ar de 1,4 mil para mais de 2,7 mil por mês. Também existe a expectativa de economia de 35% por internação, além de aumento de leitos que vão ar de 362 para 577.
Governo de MS
O valor dos investimentos iniciais é de R$ 951 milhões e custos operacionais de manutenção estimados em R$ 158 milhões ao ano. Ao todo, serão R$ 5,6 bilhões em investimentos a serem realizados no HR em 30 anos, conforme a proposta.
O leilão para conceder parte da istração do Hospital Regional está previsto para o final do ano, em dezembro.
O modelo de gestão privada é o chamado “bata cinza”, ou seja, para todos os serviços não assistenciais. Entre eles estão: recepção, portaria e vigilância, lavanderia, limpeza e jardinagem, nutrição, manutenção predial e engenharia clínica, Central de Material Esterilizado (CME), logística de almoxarifado e farmácia, transporte de pacientes e necrotério, tecnologia da informação, água, energia e gases medicinais e fornecimento de insumos hospitalares.