
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta segunda-feira (9), o uso do medicamento Mounjaro (tirzepatida) para o tratamento de controle de peso em adultos com obesidade ou sobrepeso associado a comorbidades. A decisão amplia o uso da substância, que até então era autorizada no Brasil exclusivamente para o tratamento de diabetes tipo 2.
O medicamento, fabricado pela farmacêutica Eli Lilly do Brasil, poderá agora ser prescrito a pacientes com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m² (obesidade) ou a partir de 27 kg/m² (sobrepeso), desde que apresentem pelo menos uma condição associada, como hipertensão, dislipidemia, apneia obstrutiva do sono ou doenças cardiovasculares.
Conforme nota da Anvisa, o Mounjaro “atua imitando hormônios intestinais que regulam o açúcar no sangue e promovem sensação de saciedade“, favorecendo a perda de peso ao reduzir o apetite e retardar o esvaziamento gástrico. A indicação recém-aprovada é baseada na avaliação de eficácia e segurança realizada com base em estudos clínicos internacionais.
Apesar da aprovação ampliada, a disponibilidade do Mounjaro no Brasil segue limitada. Em comunicado publicado no site oficial, a fabricante Eli Lilly do Brasil Ltda., detentora do registro do medicamento nas versões de 2,5 mg e 5 mg, informou que, “devido a uma demanda muito acima do esperado, estamos com uma disponibilidade intermitente temporária desse medicamento em território nacional”.
A empresa afirma ainda que “segue trabalhando incansavelmente para normalizar o abastecimento de Mounjaro® no Brasil”.
A aprovação da Anvisa segue tendência internacional diante da demanda crescente por alternativas terapêuticas para tratar a obesidade, considerada uma das maiores epidemias globais contemporâneas. Nos Estados Unidos, por exemplo, a tirzepatida já é utilizada tanto para diabetes quanto para controle de peso sob o nome comercial Zepbound.
A bula do Mounjaro deverá ser atualizada com a nova indicação pela empresa detentora do registro.
No Brasil, O Mounjaro começou a ser vendido no começo deste mês, mas o preço das canetas continua sendo uma barreira de o. A dose mensal do medicamento pode custar de R$ 1,4 mil a R$ 2,3 mil, dependendo da dose.
Eficácia do tratamento
O diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Fábio Moura, ressalta que essas drogas já se mostraram eficazes e seguras, mas o tratamento ainda demanda mudanças no estilo de vida.
“Tem que manter uma alimentação adequada, tem que fazer exercício físico. Ou seja, não adianta só tomar esse remédio e não fazer outra parte. E por melhor que essas drogas sejam, elas têm seus efeitos colaterais, principalmente gastrointestinais, embora possivelmente tenham um efeito de proteção renal e hepática e sejam seguras do ponto de vista cardiovascular e psiquiátrico“, explica.
Moura lembra também que as canetas não foram testadas em gestantes ou lactantes, logo, essas pessoas não devem usar o medicamento.
*Com informações da Agência Brasil