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MEIO AMBIENTE

Dois incêndios ilegais no Pantanal motivam investigações em Aquidauana

Incêndios devastam mil hectares no Pantanal e MPMS investiga danos ambientais em propriedades rurais de Aquidauana.

Área queimada no Pantanal após incêndio ilegal em fazenda de Aquidauana
Propriedade rural teve quase 65 hectares destruídos por fogo sem autorização ambiental em Aquidauana

Dois focos de incêndio em propriedades rurais do Pantanal, localizadas no município de Aquidauana, levaram o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) a abrir inquéritos para apurar danos ambientais e buscar a responsabilização dos responsáveis.

No caso mais recente, uma área de 64,79 hectares foi queimada sem qualquer autorização legal.

A ocorrência foi identificada pelo programa Pantanal em Alerta, do Núcleo de Geoprocessamento (Nugeo) do MPMS. Inicialmente, o sistema detectou 44,29 hectares de vegetação destruída.

Uma vistoria da Polícia Militar Ambiental (PMA) constatou o dano e localizou uma área adicional afetada, elevando o total da destruição para quase 65 hectares.

De acordo com o relatório da PMA e do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o incêndio foi causado de forma irregular, configurando infração istrativa.

O proprietário da área foi multado em R$ 195 mil. Diante disso, a 1ª Promotoria de Justiça de Aquidauana, sob responsabilidade da promotora Angélica de Andrade Arruda, instaurou inquérito civil para apurar os fatos, verificar eventuais ilegalidades e cobrar a recuperação da área degradada.

Queimadas atingem mais de 947 hectares no bioma

Na mesma semana, o MPMS abriu outro inquérito civil para investigar um incêndio de grandes proporções, também no Pantanal, que devastou 947,35 hectares de vegetação nativa.

A queimada teve início em uma fazenda onde foram identificados 84,62 hectares consumidos pelas chamas inicialmente. No entanto, o fogo se espalhou para áreas vizinhas, ultraando os limites da propriedade.

Segundo a PMA, os responsáveis pelo imóvel rural não adotaram medidas mínimas de prevenção e combate ao fogo, mesmo diante das condições de estiagem severa.

A omissão teria contribuído para a rápida expansão das chamas e agravado os danos ambientais à flora e ao equilíbrio ecológico da região.

Nos dois casos, os inquéritos visam apurar os impactos jurídicos e ambientais das queimadas e avaliar a responsabilidade objetiva dos autores.

A legislação ambiental brasileira prevê que a obrigação de reparação dos danos independe de culpa — inclusive em ocorrências acidentais.